Davidson Abreu - escritor

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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O Drácula de Bela Lugosi


 

Em 20 de outubro de 1882 nascia na Europa, nas terras do Império Austro-Húngaro, mais precisamente em Lugos, a apenas 80 quilômetros da Transilvânia, nascia Bela Ferenc Dezsõ Blaskó.
 Em 1893 abandonou os estudos e a família e se aventurou em uma companhia teatral. Adotou o nome Bela Lugosi, em referencia a sua cidade natal. Atuou em pequenos papéis no teatro húngaro já em 1902.
Interrompeu sua vida artística devido à Primeira Guerra Mundial, só retornando em 1917, dizem que foi ferido por três vezes e seria esse o motivo de seu vício em morfina, porém essa versão nunca foi realmente confirmada.
Fugiu da Hungria em 1920, devido à sua oposição ao regime político da época, indo parar a Alemanha que sofria um período difícil, tendo a maior inflação do planeta. Fez alguns filmes por lá mudou-se para a América onde se estabeleceu com asilo político.
Em 1931 foi escolhido para o filme Drácula, anteriormente o protagonista seria Lon Chaney, mas este estavacom câncer. Após ter aceitado uma salário mais baixo do que o normal para um protagonista, Lugosi foi aceito para o papel.
Seu sotaque carregado e modo exagerado de falar foi criticado, mas depois seria apenas umacuriosidade pois tanto o ator quanto o vampiro são da mesma região da Europa.


  
Durante os anos 30 e 40 Lugosi fez alguns filmes notáveis, como Murders in the Rue Morgue, (1932), onde ele atuou pela primeira vez num filme baseado em Edgar Allan Poe, repetindo a experiência em The Black Cat onde fez parceria com Boris Karloff, de quem havia perdido a vaga para interpretar Frankenstein (1932) e em The Raven (1935), atuou em Island of Lost Souls (1933), que é a primeira versão do cinema para a história de H.G. Wells sobre a Ilha do Dr. Moreau, e mais duas parcerias com Karloff: The Invisible Ray (1936) e The Bodysnatcher (1945).
Em meados dos anos 40 os filmes de monstros estavam desgastados, seguiram alguns filmes cujo tema era o inusitado encontro desses monstros e algumas comédias com eles, Lugosi teve a sua participação em alguns.


  Lugosi na comédia Abbott and Costello Meet Frankenstein - encontro de monstros


Atuou como um militar soviético no clássico Ninotchka, 1939, onde Greta Garbo fez seu último filme.
Mas estava marcado como vilão ou como o Conde vampiro e nessa época Hollywood abandona as produções de horror.
Lugosi ainda tentou algumas participações na TV no início dos anos de 1950, e comparecia em cinemas de subúrbio ou cineclubes para apresentar pessoalmente a reprise de seus filmes de monstros.



O cineasta Ed Wood Jr., produtor de filmes B, era fã de Lugosi e o contratou para estrelar algumas de suas produções, como Glen or Glenda? (1953) e Bride of the Monster (1955).
Nesta época, isolado no casarão em que morava em Beverly Hills, Bela Lugosi se vestia como Drácula e dormia em um caixão. Alcoólatra e viciado em morfina foi várias vezes internado, com as despesas pagas por Ed Wood.
E foi num dos filmes trash de Wood que Lugosi assinou seu epitáfio como ator e ser humano. Em 1956, ele interpretou drácula em Plan 9 from Outer Space, um dos mais criticados filmes de todos os tempos.
 Ele e uma vampira deveriam representar um casal retirado do túmulo por invasores alienígenas do espaço. Uma semana depois do início das filmagens, 16 de agosto de 1956, Bela Lugosi morreu, e não foi por causa de estacas nem luz do sol. O filme prosseguiu com outro ator fazendo as cenas com a capa de vampiro cobrindo o rosto.
Talvez Lugosi seja o maior exemplo de como um personagem pode marcar um ator de forma negativa, mesmo angariando milhares de fãs.
Hoje, junto com Christopher Lee, é tido como o maior intérprete do Conde vampiro.
Sua interpretação carismática do personagem criou esteriótipos que são utilizados até hoje, como o cabelo penteado para trás e o smoking por baixo da capa, que na verdade era a maneira que encontraram para que o ator utilizasse um traje que poderia se apresentar em qualquer evento, bastava retirar a capa que estava pronto para um jantar ou outra apresentação solene.


                    Tatuagem que homenageia o ator interpretando o vampiro.


            Em 1979 a banda Bauhaus gravou a música "Bela Lugosi's Dead" em homenagem ao ator. A canção foi o primeiro single da banda, é o primeiro disco de rock gótico lançado. Esta música já foi tema de diversos filmes e seriados quando o tema é sobre vampiros.
Foi retratado pelo ator Martin Landau, que levou o Oscar de ator coadjuvante no filme Ed Wood (1995, de Tim Burton).


                        

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O DRÁCULA DE CHRISTOPHER LEE - II

                                           2ª PARTE                            
                               Busto do Drácula na interpretação de Lee

     
Drácula no Mundo da Minissaia - Dracula AD - 1972
O filme trás Drácula a Londres dos anos 1970, com todas as suas nuances e grupos diferenciados. Marca também a volta de Peter Cushing como Van Helsing, personagem que não participava das tramas desde As Noivas deDrácula (1960). Vários títulos foram usados neste filme: "Dracula '72" e "Dracula Chelsea '72" (Inglaterra), "Dracula jagt Mini-Mädchen" (Dracula Chases the Mini-girls ou Dracula Persegue as Garotas de Minissaia) (Alemanha) e "Dracula '73" (título com o qual foi lançado na França em 1973).
Apesar da tradução do titulo parecer comédia, não é A idéia de trazer Drácula para o mundo moderno foi da Warner Bros logo após ver o tremendo sucesso de"Conde Yorga, Vampiro", um filme de vampirismo contemporâneo. Com isso, a WB encomendou dois filmes com a Hammer em que Drácula viveria no mundo atual. O pedido também veio após alguns estranhos envolvendo vampirismo no fim de 1969.
 Londres, 1872, uma luta final entre Lawrence Van Helsing e o Conde Drácula. Van Helsing consegue destruir seu inimigo, que vira pó, mas em razão dos ferimentos sofridos acaba morrendo.

     Curiosidade: na foto acima, a cena em que Drácula morre no início do filme, abaixo a capa de uma HQ em que o artista claramente copiou da cena do filme.

Alguém pega o anel de Drácula e recolhe um pouco de suas cinzas em uma ampola. Exatamente 100 anos depois alguns jovens, comandados por Johnny Alucard (Christopher Neame), fazem uma missa negra, sendo que uma das participantes era Jessica Van Helsing (Stephanie Beacham), descendente do caçador de vampiros.
 Como ela, quase todos estavam ali de brincadeira, mas quando a cerimônia toma um rumo inesperado a maioria foge e não vê que Johnny ressuscitou Drácula, que imediatamente suga todo o sangue de Laura Bellows, a única do grupo além de Johnny que não partira. Drácula agora quer se vingar dos descendentes de Van Helsing, sendo que o único que pode enfrentá-lo é o professor Van Helsing (Peter Cushing), o avô de Laura, que é um estudioso do assunto.

           
A sequência inicial é muito boa, e dá a impressão de que o filme seria muito melhor.

O filme é inovador, mas poderia ter  sido melhor. A luta inicial entre Drácula e Van Helsing, em cime de uma carruagem, dava a impressão de que o filme seria melhor. O sobrenome de Jonhy, Alucard, é Drácula de trás para frente, essa idéia já havia sido utilizada em outro filme de 1943, conceito utilizado no jogo Castlevania, em outros filmes e na animação Heel Sing A morte de Drácula no final é muito simplista.

Os Ritos Satanicos de Drácula - The Satanic Rites of Dracula1973


Um agente do serviço secreto britânico, Hanson, está investigando as ações misteriosas de uma seita demoníaca liderada pela sacerdotisa vampira Chin Yang, que realiza rituais de satanismo na mansão “Pelham House” nos arredores de Londres, um local de reuniões de um suposto grupo de pesquisas paranormais. Porém, ele é capturado, espancado e torturado, por descobrir que os responsáveis pelos ritos de magia negra são poderosos cidadãos da sociedade inglesa.
Conseguindo escapar ele passa as informações da investigação para seus superiores, que solicitam auxílio ao antropólogo Prof. Van Helsing (Peter Cushing), renomado cientista especialista em ocultismo e vampirismo, cuja missão histórica de sua família sempre foi a de caçar vampiros.
Eles descobrem uma trama diabólica os integrantes da seita são manipulados pelo empresário D. D. Denham, o próprio Drácula, para espalharem um vírus letal na humanidade e lançar o mundo num caos de destruição. Eles seriam os novos “Quatro Cavaleiros do Apocalipse”, os emissários da peste negra que trariam a morte para a civilização humana.
Apesar de todos esses filmes serem produzidos pela Hammer, e no papel de Drácula estar Christopher Lee, muitas vezes seu inimgo é Van Helsing interpretado por Peter Cushing, as continuações não tem muito nexo.
Este filme, por exemplo, se passa em Londres na década de 60, mas é como se o episódio de Drácula no Mundo das Minissaias jamais tivesse ocorrido.

FILMES DE DRÁCULA FORA DA HAMMER
El Conde Drácula – 1970
Uma produção espano-italo-germânica, dirigida por Jesus (Jesse) Franco, em um tentativa de adaptação fiel ao romance de Bram Stocker.
Realmente é o mais fiel de sua época, porém é uma produção mediocre, que apesar da presença de Lee e de Klaus Kinski, as outras atuações são dignas de novelas mexicanas.
        Klaus Kinski viria em 1979 encarnar o vampiro Nosferatus, em um remake muito bem aceito na época.
Somente após muitos anos, na grandiosa produção de  Francis Ford Copola, Drácula apareceria no início do filme envelhecido e com os cabelos brancos.



Mas mesmo com certa fidelidade ao original, o filme é muito ruim.

Drácula Pai e Filho – Drácula Père et Fils – 1976



Uma comédia francesa onde Lee faz uma  participação. O filho de Drácula só traz decepção ao pai, e não quer morder ninguém.
Para ser sincero, já faz muito tempo que asssiti, mas é muito divertido ver Lee nesta comédia açucarada.
Foi o último trabalho do ator incorporando o Conde vampiro. Para assistir sem compromisso.
A imagem do vampiro, no caso o filho de Drácula, deve ter sido percursora para o vampirinho meigo Edward (Robert Pattinson), da saga Crepúsculo.
Aquele que foge de uma menina sem graça que quer fazer sexo, e vira purpurina na luz do sol. Este é o que eu mais tenho vontade de matar! 


                       Lee, na época em que Drácula tinha três noivas e ainda caçava o pescoço de belas donzelas, e Robert Pattinson o vampirinho Edward que tem medo de praticar o "pecado da carne" e vira glitter no sol.

          Tenho certeza que daqui a algum tempo, essa "saga" será esquecida, ou lembrada como um mau momento na história dos dos vampiros.


UM BREVE CURRICULUN
                                  Lee como o monstro Frankenstein

Lee nasceu em 1922, ficou mundialmente conhecido e imortalizado por seus diversos papéis de vilão, principalmente na pele do Conde Drácula. Sua filmografia extensa, com centenas de filmes em seu currículo, sendo eleito em 2001 com um dos atores com mais participações, entrando para o livro "Guinness" de recordes mundiais.
Fez muito sucesso com files de terror como a série de vampiros da Hammer, além de outros como "A Maldição de Frankenstein"(57), "A Górgona" (64), "A Maldição do Altar Escarlate" (68), "O Ataúde do Morto-Vivo" (69), "A Casa que Pingava Sangue" (70), "A Essência da Maldade" (73), "O Homem de Palha" (73) depois houve um remake com Nicolas Cage com o nome O Sacrificio, "O Expresso do Horror" (73), "Uma Filha Para o Diabo" (76), e "A Mansão da Meia-Noite" (83), a maior parte ao lado de Peter Cushing, outro ícone do horror.
Em 1996, Lee foi escolhido para apresentar um especial produzido para a televisão comemorando o centenário do cinema de horror, dividido em 14 capítulos.


                                                  Lee, como a  múmia.

 Ele também foi o único ator a interpretar todos os mais importantes personagens do cinema fantástico: desde a criatura de Frankenstein, o vampiro Drácula, passando pela Múmia, o vilão Fu Manchu, até o famoso detetive Sherlock Holmes.


      Lee interpreta o chinês Dr. Fu Manchu, personagem marcante em sua carreira.

Christopher Lee ainda está na ativa, tendo o privilégio de ser homenageado por vários cineastas importantes como Tim Burton, participando do seu excepcional "A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça" (99), e A Fantástica Fábrica de Chocolate, ou George Lucas, que lhe deu o papel do vilão Conde Dookan / Darth Tyranus em "Star Wars: Episódio II – Ataque dos Clones" (2001), ou ainda Peter Jackson, com sua participação no papel do vilão mago Saruman na fantástica trilogia "O Senhor dos Anéis” e Também estará nos filmes “o Hóbbit” .


                                                O mago Saruman


Quanto ao vilão Conde Dookan, mencionado acima, é uma nítida homenagem as interpretações do ator como Conde Drácula.




segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O DRÁCULA DE CHRISTOPHER LEE

                                          1ª PARTE


                   Poster do filme O Vampiro da Noite, o primeiro Drácula de Lee, já inspirou capas de HQ e até tatuagens


Os mais clássicos diriam para começar uma homenagem envolvendo atores que interpretaram Drácula com Bela Lugosi, porém discordo.
            Apesar da importante participação de Lugosi no cinema de horror, de ter inserido o smoking no Conde vampiro, quem realmente imortalizou o Drácula de forma assustadora foi Christopher Lee.
            Seu início como o vampiro foi com o clássico de 1958 O Vampiro da Noite, da Hammer, e contracenando com seu amigo Peter Cuching que também seria eternizado como Van Helsing, o arquinimigo do Conde vampiro.


         Peter Cushing encurralando Drácula na cena final de O Vampiro da Noite
           
            A presença marcante de Lee, com sua voz única, seus quase 2 metros de altura, o clássico penteado já utilizado por Lugosi, e o olhar aterrorizador, impressionava a platéia.
            Na época não dispunham de recursos para os efeitos especiais, tão facilmente introduzidos aos filmes de hoje, então era necessário muito da atuação para causar medo.
            E realmente Lee conseguia esse efeito. Difícil para nós, nos dias de hoje ter essa concepção, mas nossos avós, que o assistiram no cinema, ou mesmo anos mais tarde na TV em casa, podem nos relatar o medo que sentiam quando Lee aparecia em cena.

                      
           
              Há décadas atrás, os filmes demoravam muito para chegarem aos cinemas do Brasil. Imaginem a sensação das pessoas, nos anos 60 e 70, quando quem tinha TV era ainda em preto e branco, com uma imagem ruim, ao assistirem um filme a cores, em uma tela gigante, o som em alto volume e com a interpretação de Lee, como o terrível Conde.
            Engraçado é que nos anos 90 os filmes de vampiro viveram um festival de sangue pra todos os lados e não convenciam ninguém, exceto com o filme Drácula, de Bram Stoker, que é outro clássico.



            O clima dos filmes da Hammer era gótico e nos levava a uma viagem ao Leste europeu. É claro que vendo hoje é fácil notar os cenários pintados, quando aparecia o castelo do Conde.


                 Homenagem gráfica a Peter Cushing, amigo de vários filmes e também seria eternizado como Van Helsing.

            A interpretação no filme O Vampiro da Noite assemelha-se muito com uma peça de teatro inglês.
            É interessante também como o Castelo aparenta ficar próximo de tudo, pois chegam facilmente a cavalo, inclusive atravessam até uma fronteira na mesma noite.

Drácula, o Principe das Trevas - 1966



É a continuação de O Vampiro da Noite, sendo que no início do filme é passado a cena final do clássico de 1958.
A lenda do Conde Drácula ainda aterroriza a população local, mesmo após sua morte. Jovens casais viajando em férias são aconselhados por moradores de um pequeno vilarejo na região das Montanhas Carpathians a desistir de seus planos.
Segundo os habitantes da região uma maldição vive escondida no interior da floresta. Julgando tratar-se de mera superstição dos moradores locais, os viajantes ignoram o aviso e partem em direção ao desconhecido. Abandonados pelo cocheiro em pleno interior da floresta, eles caminham até um castelo onde são muito bem recebidos por um lacaio de Drácula.
Christopher Lee não gostou do roteiro (eu também não) e só aparece após 50 minutos do filme. Pediu para não proferir nenhuma palavra no filme inteiro, e assim o fez.
Para economizar, o filme foi gravado quase simultaneamente com Rasputin: O Monge Louco, utilizando os mesmos cenários e a maior parte do elenco.
Só vale a cena final, da morte de Drácula, que também sai do tradicional.

Drácula, o Perfil do Diabo - Dracula Has Risen from the Grave - 1968


            Após gerar pavor na província de Caynemberg, Drácula (Christopher Lee) foi aparentemente eliminado. Um ano após sua "morte" Ernst Muller, um Monsenhor, visita a região e vê que ninguém vai à missa, pois a sombra do castelo cai sobre a igreja e todos sentem a presença do mal, inclusive o padre local. Com isso o Monsenhor, acompanhado pelo padre, parte para exorcizar o castelo. Porém o padre está tão apavorado que não consegue ir até ao castelo, então o Monsenhor continua sozinho e pede que o padre o espere.
O pavor do padre era tão grande que ele se assusta com um temporal e cai num pequeno precipício, onde estava o túmulo de Drácula. O padre se feriu na queda e um pouco do sangue vai até os lábios de Drácula, que ressuscita.
 Paralelamente o Monsenhor lacrou o castelo com uma cruz na porta e foi embora. Ao ver a cruz na porta, Drácula fica cheio de ódio e pergunta ao padre quem fez aquilo. O religioso, apavorado, diz que foi o Monsenhor, então Drácula planeja se vingar dele.

O Sangue de Drácula - Taste the Blood of Dracula – 1969


Novamente Lee estava descontente com o roteiro do filme e, pela segunda vez, Drácula ficaria calado, com exceção de algumas pouquíssimas palavras.
O tempo para a conclusão das filmagens era pouco, assim como o orçamento da produção. Uma das maiores perdas da Hammer foi ter de descartar Vincent Price participaria do filme como William Hargood, personagem de Geoffrey Keen, devido á seu alto cachê.
No exato momento da morte de Drácula (filme anterior), um homem passa pelo local e recolhe seu sangue, capa e anel com a intenção de ressuscitá-lo em um ritual satânico. Três distintos cavalheiros estão procurando por algo excitante em suas tediosas vidas.
Eles entram em contato com um dos servos de Drácula e realizam uma cerimônia noturna para trazê-lo de volta à vida. Eles aceitam do Lord Courtley a missão de comprar para este o manto, o anel, e um frasco com sangue pertencente ao falecido Conde Drácula. Em troca, terão seus desejos mais secretos realizados.
Numa cerimônia secreta, os cidadãos se recusam a beber uma poção feita com o sangue de Drácula, mas o Lord bebe e é espancado até a morte, como vingança, ele decide que os cavalheiros serão mortos, um a um, por seus próprios filhos.

O Conde Drácula - Scars of Dracula - 1970.



             "O Conde Drácula" é o sexto filme da série, e o quinto com a participação de Christopher Lee. Considerado o mais violentos da saga inglesa de Drácula.
O filme inicia com a ressurreição do vampiro, que estava transformado em cinzas, um morcego derrama sangue nas cinzas. De volta à vida, Drácula continua a matar as belas jovens do vilarejo. Revoltados, os aldeões se reúnem e invadem o castelo ateando fogo na enorme estrutura de pedra, imaginando terem destruído o conde.
Porém, ele escapa da tragédia e auxiliado por seu servo Klove, tempos depois, Paul Carson, que estava fugindo da polícia de uma cidade próxima chamada Kleinenberg por se envolver num romance com a filha do burgomestre local e estava sendo caçado por dois policiais, após passar pelo vilarejo, acaba chegando ao castelo de Drácula.
Paul é recepcionado por uma das escravas vampiras de Drácula, a bela Tania, e logo torna-se prisioneiro e vítima do conde das trevas. Preocupados com seu desaparecimento, seu irmão mais novo Simon e a noiva Sarah partem a sua procura e chegando ao vilarejo são orientados pelo padre local para seguir até o castelo onde serão recepcionados pelo vampiro.
Algumas cenas são bem violentas, principalmente considerando a época da produção, destacando a carnificina realizada dentro de uma igreja, onde várias mulheres foram assassinadas por morcegos sanguinários, com direito a olhos vazados, e rostos totalmente dilacerados.



 Outro momento de forte apelo em termos de horror foi o curioso assassinato da escrava Tania por seu mestre Drácula através de violentos golpes de faca, e seu posterior esquartejamento para dissolver seu corpo em ácido, numa ação macabra do escravo Klove utilizando cutelos e serras para desmembrar o corpo da bela mulher.
 Hoje até uma criança assistiria ao filme devido aos banhos de sangue dos filmes modernos, mas na época de sua produção mesmo uma cena discreta de esquartejamento causava um impacto impressionante no público.
Os efeitos especiais são extremamente precários. Os enormes morcegos de olhos vermelhos, que possuem importante influência na história, são notavelmente criaturas artificiais, hoje chega a ser cômico as cenas de vôo dos morcegos, podemos visualizar as cordas que os sustentam nos vôos.
O castelo ficou muito bem feito, é uma típica fortaleza gótica de pedra construída no alto de um penhasco, em interessantes cenários que recriam essas imponentes estruturas do passado.
Como sempre o maior destaque é a presença de Christopher Lee como Drácula, encarnando magistralmente o vampiro, diz poucas palavras e prioriza as expressões faciais, com seus olhos vermelhos reproduzindo seu ódio.
Este foi o primeiro filme do Drácula com Christopher Lee que eu assisti, eu era bem garoto, entre sete ou nove anos de idade, assisti algumas reprises, tive pesadelos e adorava este filme.
Ficou muitos anos sem reprisar na TV, então eu encontrei-o em uma locadora de fitas (VHS – ainda) quando tinha 18 anos e o assisti novamente. Estranhamente, não curti.
Após mais alguns anos resolvi comprar o DVD e reatamos (rsrsr) adorei novamente, é um dos melhores exemplares, as idéias do roteiro são excelentes, só se perdem devido aos efeitos precários, e a morte do Conde é muito legal.
Como quase todos os filmes de Drácula da Hammer, o roteiro foge ao livro de Bram Stocker, mas a mitologia em torno do personagem é fiel.




CONTINUA ...

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

A HORA DO ESPANTO

Para iniciar este BLOG, farei uma homenagem a um dos maiores filmes do gênero, que neste ano ganhou um remake.    


      
Nos anos 80 foi lançado o filme de terror  A Hora do Espanto, e logo se tornou um sucesso.
            Bons atores, ótimos efeitos especiais, e uma excelente história que era carregada com toda a mitologia clássica do vampiro.



SINOPSE:
 Charley Brewster, fã do programa de terror da televisão "A Hora do Espanto", apresentada por Peter Vincent, está em sua casa quando vê pela janela de seu quarto a chegada de novos vizinhos. A curiosidade se transforma em espanto quando o rapaz vê trazerem um caixão para dentro da casa. Passa a vigiá-los e percebe quando um dos moradores começa a trazer mulheres para lá. Charley deduz tratar-se de um vampiro quando o vê morder o pescoço de uma delas. Ele conta sua descoberta à namorada Amy e ao melhor amigo, o maldoso (maligno nas legendas) "Evil" Ed Thompson, mas não acreditam nele. Charley resolve chamar a polícia, mas não encontram nenhum corpo de mulher na casa.
Charley já tinha sido visto pelo vampiro, que agora percebe que o rapaz sabe quem ele é. Mas Charley ainda se sente seguro pois a criatura só poderá atacá-lo em sua casa à noite e mesmo assim só poderá entrar se for convidado, conforme explica Peter Vincent em seu programa. Mas essa segurança termina quando Charley vê a mãe receber em sua porta o agradável Jerry Dandridge.
Desesperado, só resta a Charley recorrer ao único caçador de vampiros que conhece, o apresentador de TV Peter Vincent. Mas logo vê que dele não poderá esperar muita ajuda, pois o veterano artista lhe conta que não é quem diz ser. Os conhecimentos de Peter sobre vampiros são apenas fragmentos que retira de velhos filmes e antigas histórias de terror e que usa em suas falas para apresentar o programa. Enquanto isso, o vampiro não tem pressa e prefere iniciar seu ataque à Charley assediando sua namorada. De alguma forma Charley terá que fazer com que Peter Vincent acredite que seus conhecimentos não são de histórias fantasiosas mas sim verdadeiros, e que terá de pô-los em prática para salvar vidas em perigo.

            Chris Sarandon interpreta de forma bem convincente o vizinho vampiro Jerry Dandridge, com charme, elegância e postura de um lorde.



            Bons tempos em que os vampiros eram maus, não lutavam kung fu e secavam até virar pó quando entravam em contato com a luz do sol. Hoje eles viram purpurina (crepúsculo)!
            Roddy McDowall, (também conhecido como o Cornélio, do clássico O Planeta dos Macacos), agrada muito como o covarde caçador de vampiros Peter Vincent, uma homenagem a Peter Cushing, o eterno Van Helsing dos filmes da Hammer, e a Vircent Price.



            Na época, as pessoas voltavam ao cinema para assistir ao filme novamente, eu mesmo, com 11 ou 12 anos de idade, assisti quatro vezes, pois ninguém tinha vídeo na época e os filmes demoravam muito para chegar a TV aberta, pois também não havia TV paga (parece que foi ontem!).
            Com o enorme sucesso, veio em seguida uma enxurrada de filmes de terror, que logo trataram de plagiar o título (pelo menos no Brasil) como A Hora do Pesadelo, A Hora do Lobisomem, A Casa do Espanto, entre outros.
            Houve uma continuação, também muito boa, com o mesmo protagonista, Charley Brewster, e também com Peter Vincent. Desta vez a irmã de Jerry, Regine (Julie Carmen), aparece com mais dois vampiros e um ... zumbi (???) para vingar a morte de seu irmão.



            Curiosamente, Charley está com uma nova namorada (depois de tudo o que passou deveria ter casado com a do primeiro filme).
            O segundo filme segue o mesmo estilo de forma competente, o livro Drácula de Bram Stoker, é citado, e após lê-lo a nova namorada de Charley usa rosas (que ao certo deveriam ser selvagens) para se defender de um dos vampiros.
            O filme tem um apelo humorístico maior do que o outro, e a atriz escolhida como vampira não tem semelhança nenhuma com Chris Sarandon, para ser sua irmã.



            Mas a única falha digna de crítica é no final, que eles conseguem mata-la com extrema facilidade, refletindo a luz do sol em um espelho e acertando nela (xii! Contei o final! Desculpem). Bastava ela dar um pulinho pro lado.
            Agora com a onda dos remakes dos filmes dos anos 80 e até 90, podemos assistir a nova versão deste cult.
            A escolha de Colin Farrell como o vampiro não agradou muito, ele é baixinho e seu guarda roupa “mexupis” de camisetas apertadas só funciona com suas fãs, nada como a elegância de Chris Sarandon, que faz uma pequena participação no início do filme.



            De acordo com o trailer o filme aparenta ser bom, mas vamos ver se é um remake ou apenas um filme com história semelhante.
            Por fim, A Hora do Espanto é um clássico dos filmes de vampiros que não utilizam o Conde Drácula como personagem.




10/02/12 - ASSISTI!
    A uma semana atrás assisti ao remake. Decepcionante. Ainda bem que não consegui ir ao cinema a tempo e o assisti em DVD.
   Não tem o clima, o charme nem o suspense do original. Jerry não convence como o vampiro que "estoca" jovens em sua casa para sugar seu sangue aos poucos. Vive tomando cerveja e comendo maçã.
   Ele não se importa nem um pouco em chamar atenção e mata todos que aparecem em sua frente.
   Apesar de falarem que é uma cidade dormitório, é incrível como não aparece ninguém quando a casa explode e na perseguição que segue.
   Os poucos efeitos especiais não convencem, parecem de video-game, lembram os efeitos do filme Blade.
   Parece que há falhas de edição, como por exemplo na sequência em que fogem de carro do vampiro e depois aparece a mãe de Charley no hospital, mas nem deu para perceber que ela se machucou.   Os vampiros transformam-se em pó no momento em que são expostos ao sol abruptamente, não dá chance nem de se queimarem, como acontece no original em que Jerry morre devido aos ferimentos causados pelas queimaduras decorrentes da exposição a luz solar.
  As transformações dos vampiros em lobos e morcego, muito bem exploradas no filme original não ocorrem neste remake, sendo que o filme original apesar da época apresenta efeitos e maquiagem muito superiores.
 Por fim, o remake perde feio até para "A Hora do Espanto 2". Fuja!