Os
Imperiais de Gran Abuelo
M R Terci acerta em cheio
com sua obra.
Lançado na Bienal
Internacional do Livro de São Paulo, fez sucesso antes mesmo de ser lido.
Terci já carrega um público
fiel que acompanha física e digitalmente suas obras como O Bairro da Cripta e
Assombrada BR.
Sua criatividade vai além
dos escritos, além das gravuras que ilustram o livro, da capa com ótima
inspiração (fica o segredo pra quem quiser pesquisar), e chega ao curioso
lançamento levando a própria morte para lhe fazer companhia enquanto autografa
os exemplares para seus fãs e novos leitores.
A história:
Um pelotão (assim eu tomo
a liberdade de dividi-los militarmente) de imperiais, ao final da guerra do
Paraguai, deparam-se com horrores maiores do que os presentes no sangrento
conflito.
O mal da guerra, a
loucura de Solano Lopez, e as próprias atrocidades cometidas pelo exército
brasileiro, parecem ter sido o cenário perfeito para que um grande mal se
manifestasse fisicamente.
A escrita de Terci não é
tão ágil, eu o vejo como um escultor de palavras, que devem ser apreciadas com
carinho. Isso talvez faça quem não conhece o estilo estranhar um pouco no
começo, necessitando de mais atenção, mas após algumas páginas ficará fascinado
com o cuidado que cada parágrafo foi construído, isso instintivamente, pois
estará inserido completamente na história.
Os personagens são
cativantes e com características peculiares. O cenário remete aos tempos do
império, mesmo longe da Capital.
A trama é muito bem
construída, assim como a narrativa nos faz viajar no tempo.
Falo com toda a minha
característica sinceridade que o livro deve ser respeitado e ter lugar de
destaque em nossa literatura, principalmente pela originalidade, respeito a
nossa história e a aventura que ele nos presenteia.
Qualquer coisa que eu
falasse mais seria em vão.
Abotoe sua farda, e erga
o seu sabre. Aos imperiais não é permitido temer.
“Deixamos a cabana em chamas, com os restos mortais da
família de campesinos dentro. Enterrei a pequenina atrás de um ipê. Nas
primaveras que se seguirem, tratará a natureza de lhe cobrir a campa com suas
cores e perfume. Descanse em paz, anjo.”
Companheiro de metrô