Davidson Abreu - escritor

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quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

DRÁCULA A História Nunca Contada

DRÁCULA
A História Nunca Contada



Um novo filme e uma nova decepção.
A ideia foi mais do que interessante em contar a origem do vampiro mais famoso de todas as mídias.
Esse fato nunca foi esclarecido por Bram Stoker em sua obra.
Foi ligeiramente bem abordado no filme Drácula, de Bram Stoker, dirigido por Francis Ford Copolla, que deixou no ar a vontade de saber sobre essa fase do vampiro.
No filme de 1992 sua origem é explicada após o suicídio de sua amada e a impossibilidade dela ser enterrada em solo cristão e estar condenada ao inferno o faz renegar a Cristo, e num acesso de fúria, Vlad crava sua espada na cruz da capela de seu castelo e dela escorre sangue.
Ele bebe esse sangue, dando a entender que a partir daí torou-se o vampiro.

                                  O inigualável filme de Copolla

Já no filme Drácula 2000, esse um pouco exagerado com foco no público adolescente ao estilo de Blade, a origem é um tanto curiosa.
Mostra ao final que Drácula na verdade era Judas Escariote !!!
Por isso era imortal. Sua aversão à prata se deu devido ao fato de ter traído Jesus por trinta moedas de prata, e a vulnerabilidade a madeira e aos símbolos cristãos devido a crucificação de Cristo. Sendo que sua imortalidade era uma maldição pelo seu feito.

                             Gerard Butler em Drácula 2000

Quando assisti ao trailer de Drácula – A História Nunca Contada, fiquei entusiasmado ingenuamente. Se me esforçasse um pouco saberia o que estava pra vir.
O cinema americano busca atingir um grande público indiferente se o filme é bom ou ruim.
Então tenta sempre a censura livre ou quase, portanto, não seria um filme de terror. E Drácula é terror.
Aproveitando a moda e a facilidade de hoje em efeitos especiais transformaram Drácula em um super herói, nem ao menos para ser um supervilão.
Vejamos a sinopse:

“Os habitantes da Transilvânia sempre foram inimigos dos turcos, com quem tiveram batalhas épicas. Para evitar que sua população fosse massacrada, o rei local aceitou entregar aos turcos centenas de crianças. Entre elas estava seu próprio filho, Vlad Tepes (Luke Evans), que aprendeu com os turcos a arte de guerrear. Logo Vlad ganhou fama pela ferocidade nas batalhas e também por empalar os derrotados. De volta à Transilvânia, onde é nomeado príncipe, ele governa em paz por 10 anos. Só que o rei Mehmed (Dominic Cooper) mais uma vez exige que 100 crianças sejam entregues aos turcos. Vlad se recusa e, com isso, inicia uma nova guerra. Para vencê-la, ele recorre a um ser das trevas (Charles Dance) que vive pela região. Após beber o sangue dele, Vlad se torna um vampiro e ganha poderes sobrehumanos.”

                                   set de filmagens

Basicamente é isso ai.
A ideia é boa. Algumas cenas são bem legais e os efeitos são bons, mas há muito tempo isso deixou de ser a receita de sucesso, ainda mais quando se trata de um personagem conhecido e já muito bem retratado.
Seus poderes são exagerados, o que tornaria impossível ele ser destruído por Van Helsing e seus amigos séculos depois.
Seu passado de empalador é apenas comentado, e nem dão muita bola pra isso.
Nem ao menos ele aparenta ser uma pessoa dura ou autoritária.
Mostra-se como um bom e amável rei.
A dificuldade para produzirem um filme do Drácula começa pela escolha dos atores que irão compor o personagem.
Pois sempre serão comparados a Bela Lugosi, Christopher Lee, Frank Langela, Gary Oldman e até mesmo, em uma escala menos exigente, Gerard Butler.


Marcaram como o personagem:Bela Lugosi, Frank Langella, Christopher Lee e Gary Oldman

Deve também ter em mente onde quer chegar com o seu filme.
Se é fazer o tipo Senhor dos Anéis, como disse o próprio diretor, escolha outro personagem.
Na verdade utilizaram uma boa ideia tentando usar todas as receitas para ganha dinheiro: personagem conhecido, tema da moda, efeitos especiais digitais, censura amena, igual aos filmes baseados em super heróis de HQ, e deixa um final para uma continuação na esperança de se tornar uma franquia.
Como se não bastasse o filme ainda abusa do clichê da ressurreição, só que dessa vez Drácula é um suicida!



Ao final, como não poderia deixar de ser, aparece aquela breve cena que deixa aberto para uma continuação, ou como sonham seus produtores, uma franquia.
Mas já é mostrado em nossos dias atuais, e assim perdem outra ótima oportunidade de sucesso: a de mostrar histórias do príncipe vampiro em outros séculos, coisa que nunca foi produzido.
O filme não é de todo ruim, como já disse. Boas cenas, bons momentos, e só. 
Para assistir descompromissado. O grande problema é terem escolhido o personagem que está caracterizado de forma concreta na mente de todos.

Que saudade de Christopher Lee, que mesmo nos filmes ruins que interpretou o vampiro, sua aparição causava calafrios.


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